sábado, 30 de junho de 2012

ROSA DE HIROSHIMA

Vinicius de Moraes

Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas, oh, não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroshima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada



  Vinicius de Moraes foi um nome muito importante no meio cultural brasileiro. Diplomata de carreira destacou-se como poeta modernista, mas também como compositor e letrista popular.
Marcus Vinicius da Cruz de Mello Moraes nasceu em 1913, no Rio de Janeiro, onde morre, infelizmente, em 1980.
Com apenas 15 anos, quando estava no curso secundário, começa a compor músicas populares. Em 1933, conclui o curso de direito. No mesmo ano, publica seu primeiro livro, a coletânea de poemas: O Caminho para a Distância (1933). Em 1935, surge: Forma e Exegese.
Em 1938 vai estudar na Inglaterra e lança: Novos Poemas. De volta ao Brasil, ingressa no ministério das relações Exteriores, em 1943. Nesse ano, o livro: Cinco Elegias inaugura uma nova fase em sua poesia.
De um início marcado fortemente pela religiosidade neossimbolista, o lírico Vinicius passa para uma temática mais próxima do amor, do erotismo e das angústias do desejo. Fala mais do cotidiano, de temas sociais, e sua linguagem se torna mais coloquial.
Em 1953 compõe seu primeiro samba: “Quando tu passas por mim”, e publica a peça: Orfeu da Conceição, em 1954. Em 1956 conhece o compositor Tom Jobim, sendo que duas de suas composições com Jobim foram: Chega de saudade e Outra vez, gravadas por Elizeth Cardoso no disco: Canção do Amor demais em 1958, com acompanhamento ao violão de João Gilberto. Ambas as músicas se tornam um marco da Bossa nova.
É de Vinicius a letra de Garota de Ipanema, a música brasileira mais conhecida em todo o mundo.
Entre 1955 e 1956, prepara o roteiro do filme: Orfeu Negro, do diretor francês Marcel Camus, que ganha o Oscar 1959 de melhor filme estrangeiro.
No inicio dos anos 60, compõem com outros músicos como Carlos Lyra, Edu Lobo, Pixinguinha, Dorival Caymmi e Francis Hime. Com Baden Powell, cria afros sambas famosos como: Canto de Ossanha e Berimbau.
É aposentado do serviço em 1968 pelo regime militar. A partir de 1969, torna-se parceiro do violinista Toquinho, com quem faz shows no Brasil e no exterior até sua morte.
Porém, pode-se dizer que Vinicius de Moraes se imortalizou. Suas obras continuam a serem lidas e admiradas até hoje. Suas composições sempre são cantadas e interpretadas novamente. Quem contribui para a cultura nunca será esquecido.

Ouça o poema cantado por Ney Matogrosso:

Fontes:
Imagem e Resumo biográfico:  http://clikaki.com.br/vinicius-de-moraes-biografia-resumida/:

2 comentários:

Claudia Martins disse...

Carlos Santana,
Parabéns pela feliz iniciativa de criação desta fantástica ferramenta de interação com seus alunos.
Com certeza eles irão se apaixonar pela poesia.Sucessos !
Forte abraço,
http://serravallenaafricadosul.blogspot.com.br/

Geraldo Seara disse...

Excelente ideia, colega. Esteja preparado para a FLICA 2012. Eu estive na de 2011 e fiz uma cobertura de parte da Festa Literária. Veja o vídeo em http://www.youtube.com/watch?v=mx5R-Z_HabU

Os textos a respeito estão em http://educadores-tvat.blogspot.com.br/2011/10/rede-anisio-teixeira-na-flica-sexto-dia.html

A LUTA CONTINUA, COMPANHEIRO!