Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas, oh, não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroshima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada
Vinicius de Moraes foi um nome muito
importante no meio cultural brasileiro. Diplomata de carreira destacou-se como
poeta modernista, mas também como compositor e letrista popular.
Marcus
Vinicius da Cruz de Mello Moraes nasceu em 1913, no Rio de Janeiro, onde morre, infelizmente, em
1980.
Com
apenas 15 anos, quando estava no curso secundário, começa a compor músicas
populares. Em 1933, conclui o curso de direito. No mesmo ano, publica seu
primeiro livro, a coletânea de poemas: O Caminho
para a Distância (1933). Em 1935, surge: Forma
e Exegese.
Em 1938
vai estudar na Inglaterra e lança: Novos Poemas.
De volta ao Brasil, ingressa no ministério das relações Exteriores, em 1943.
Nesse ano, o livro: Cinco Elegias inaugura
uma nova fase em sua poesia.
De um
início marcado fortemente pela religiosidade neossimbolista, o lírico Vinicius
passa para uma temática mais próxima do amor, do erotismo e das angústias do
desejo. Fala mais do cotidiano, de temas sociais, e sua linguagem se torna mais
coloquial.
Em 1953
compõe seu primeiro samba: “Quando
tu passas por mim”, e publica a peça: Orfeu da Conceição, em 1954.
Em 1956 conhece o compositor Tom Jobim, sendo que duas de suas composições com
Jobim foram: Chega de saudade e Outra vez, gravadas por Elizeth Cardoso no
disco: Canção do Amor demais em 1958, com
acompanhamento ao violão de João Gilberto. Ambas as músicas se tornam um marco
da Bossa nova.
É de
Vinicius a letra de Garota de Ipanema,
a música brasileira mais conhecida em todo o mundo.
Entre
1955 e 1956, prepara o roteiro do filme: Orfeu
Negro, do diretor francês Marcel Camus, que ganha o Oscar 1959 de
melhor filme estrangeiro.
No inicio
dos anos 60, compõem com outros músicos como Carlos Lyra, Edu Lobo,
Pixinguinha, Dorival Caymmi e Francis Hime. Com Baden Powell, cria afros sambas
famosos como: Canto de Ossanha e Berimbau.
É
aposentado do serviço em 1968 pelo regime militar. A partir de 1969, torna-se
parceiro do violinista Toquinho, com quem faz shows no Brasil e no exterior até
sua morte.
Porém,
pode-se dizer que Vinicius de Moraes se imortalizou. Suas obras continuam a
serem lidas e admiradas até hoje. Suas composições sempre são cantadas e
interpretadas novamente. Quem contribui para a cultura nunca será esquecido.
Ouça o poema cantado por Ney Matogrosso:
Fontes:
Imagem
e Resumo biográfico: http://clikaki.com.br/vinicius-de-moraes-biografia-resumida/: